Somos as nossas escolhas, por isso é importante saber escolher

o nosso caminhar e o nosso viver, para que no futuro não tenhamos

que nos arrepender do que deixamos de fazer ou realizar.



"Nossas escolhas é o que importa", e isso é o que fará toda a diferença.



"O que é direito escolhamos para nós; e conheçamos entre nós o que é bom" (Jó 34:4)


domingo, 2 de outubro de 2011

Arqueologia Biblica - um pouco mais de conhecimento


A arqueologia

Para compreender plenamente o objectivo da arqueologia bíblica é necessário entender a arqueologia como método científico e a Bíblia como objeto de investigação.
A arqueologia é ao mesmo tempo técnica e ciência. Como técnica, busca os restos materiais das civilizações antigas e trata de reconstruir, na medida do possível, o ambiente e as civilizações de uma ou várias épocas históricas. Trata-se de uma ciência moderna, ainda considerada recente, com apenas duzentos anos.

Arqueologia bíblica

A arqueologia bíblica é a disciplina que se ocupa da recuperação e investigação científica dos restos materiais de culturas passadas que podem iluminar os períodos e descrições da Bíblia. Usa-se como base de tempo, um amplo período entre o ano 2000 a.C. e 100 d.C.
A função da arqueologia bíblica não é confirmar ou desmentir os eventos bíblicos, nem pretende influenciar determinadas doutrinas teológicas, tal como a da salvação. Limita-se ao plano científico e não entra no terreno da fé. Ainda assim, alguns resultados da arqueologia bíblica podem e têm contribuído para:

• Aumentar o conhecimento sobre alguns dados históricos descritos nos relatos bíblicos envolvendo governantes, personagens, batalhas e cidades.
• Descrever alguns detalhes concretos referidos nos livros bíblicos tais como o Túnel de Ezequias, a piscina de Siloé, o Gólgota, entre outros.
• Fornecer dados que prestam uma ajuda fundamental aos estudos exegéticos.

Espaço

O espaço geográfico da arqueologia bíblica envolve as terras bíblicas chamadas, no sentido religioso, de "Terra Santa". Assim sendo, os trabalhos de pesquisa centralizam-se especialmente em Israel, Palestina e Jordânia. Também existem outros cenários mencionados pelos relatos bíblicos com grande importância tais como o Egito, Assíria, Síria, Mesopotâmia e o Império medo-persa. Outras regiões como a Ásia Menor, Macedônia, Grécia e Roma estão particularmente relacionadas com os relatos do Novo Testamento.

Tempo
Da mesma maneira que os critérios de espaço variam segundo os diversos pontos de vista de autores diferentes, o mesmo acontece com os critérios do tempo, ou seja, do período temporal sobre o qual as pesquisas devem incidir. Peter Kaswalder,[9] professor de arqueologia do Antigo Testamento em Jerusalém, define esse tempo como um período que vai desde o Século IX a.C., que corresponde às primeiras datações de Jericó,[10] até o ano 700 d.C. que marca o início das invasões muçulmanas. Este período de tempo é muito discutido por alguns autores. Um segundo período ainda maior e também referido nos relatos bíblicos tem início na Idade do Bronze, por volta do ano 2000 a.C. que corresponde desde os Patriarcas (Abraão, Isaque e Jacó), até finais do Século I, com a morte do último apóstolo, João, o Evangelista, e o fim da chamada Igreja Apostólica. Estes termos, igreja primitiva ou dos apóstolos, refere-se à época de vida das primeiras pessoas que se identificavam como cristãs, tempo em que teriam vivido os apóstolos de Jesus, incluindo Paulo de Tarso. Este período apostólico terá terminado com a morte de João, o Evangelista, numa data desconhecida que se presume rondar o ano 110 d.C..

História


A história da arqueologia bíblica é tão recente como a da arqueologia em geral. O seu desenvolvimento despontou com a descoberta de achados de primeira importância para a mesma. Alistam-se em seguida alguns dos achados arqueológicos bíblicos mais importantes das últimas décadas segundo a compilação do Centro de Estudos Ratisbone de Jerusalém.


Algumas descobertas relevantes

Uma reconstrução de Jerusalém do Século I, possivelmente graças à arqueologia Bíblica.O Papiro P52:

O Papyrus P52 da Biblioteca de Rylands é o texto mais antigo que se conhece do Novo Testamento. Foi descoberto em 1920, no deserto do Médio Egito, e tornou-se público em 1935.

As cavernas de Qumrán descobertas em 1947 por beduínos e cujas escavações iniciaram-se em 1950.

Entre 1962 e 1963 foi encontrado o Papiro[16] de Wadi Daliyyat, conhecido pelo Papiro de Samaria, da época persa.

Em 1964 foi descoberto o Papiro de Ketej-Jericó da época persa-helenística.

Em 1991 foi descoberta a chamada Tumba de Caifás

Em 1993 foi descoberta a Estela de Tel Dan:Trata-se duma pedra de basalto escuro que menciona a "Casa de Davi", com a inscrição bytdwd, (byt casa dwd Davi).

Em 1996 foi descoberta a inscrição de Ecrom (Tel Mikné) contendo o nome da cidade filistéia de Ecrom e uma lista dos seus reis.

Em 1997 foi descoberto o antigo monastério de Katisma.

Em 1998 foi descoberta a Sinagoga de Jericó datada do ano 75 a.C. (Ehud Netzer).

Em 2001 foi descoberta a Estela de Joás, rei de Judá.

Em 2007 foi encontrado o túmulo de Herodes.

A arqueologia bíblica é também objeto de célebres falsificações motivadas por múltiplos interesses. Uma das mais conhecidas surgiu em 2002 quando se publicou o suposto achado de um túmulo (ossário) com uma inscrição que dizia "Tiago, filho de José e irmão de Jesus". Na realidade, o artefato havia sido construído apenas vinte anos antes, portanto numa época muitíssimo posterior. As características do objeto encontrado não correspondiam ao padrão do Século I, revelando a sua falsidade e expondo as estranhas circunstâncias relacionadas com a sua posse e descoberta.


Escolas arqueológicas

A arqueologia bíblica é matéria de permanente debate. Um dos assuntos de maior disputa tem sido o período da História do antigo Reino de Israel. Também, de um modo geral, a historicidade da Bíblia tornou-se motivo de controvérsias, dividindo os estudiosos em diferentes correntes ou escolas de pensamento, tais como o minimalismo e maximalismo. Também, o método não-histórico de ler a Bíblia difere da sua tradicional leitura religiosa.


Minimalismo bíblico

O minimalismo bíblico, segundo a chamada Escola de Copenhague ou Copenhaga, enfatiza que a Bíblia deve ser lida e analisada, no seu todo, como um conjunto de narrativas e não como uma detalhada colecção histórica da pré-história do Médio Oriente. Em 1968, Niels Peter Lemche e Heike Friis escreveram ensaios nos quais efectuaram uma revisão completa do modo de se ler a Bíblia por forma a tirar conclusões históricas dela.

Para esta escola de pensamento, nenhum dos primitivos relatos bíblicos tem solidez histórica e só alguns dos mais recentes possuem fragmentos de uma genuína memória, sendo estes eventos os únicos apoiados pelas descobertas arqueológicas. Em consequência, os relatos acerca dos patriarcas bíblicos são tidos como ficção, assim como as Tribos de Israel, que nunca teriam existido, tampouco os reis David e Saul ou a unidade da monarquia de David e Salomão.

Maximalismo bíblico

O termo "maximalismo" pode gerar confusão, visto que alguns o relacionam com a "infalibilidade bíblica", doutrina que sustenta que a Bíblia é sem erro desde a sua forma original, o que inclui os trechos que abordam temáticas históricas e científicas. Alguns associam todos os maximalistas com essa doutrina. A maioria dos maximalistas bíblicos aceita as descobertas da arqueologia e os modernos estudos bíblicos, no entanto, sustentam que todo o conjunto de relatos bíblicos são na realidade referências históricas sendo que os mais recentes livros possuem maior solidez histórica que os mais primitivos.


Os maximalistas estão divididos quanto a alguns temas:
• Uns sustentam que os patriarcas foram na realidade personagens históricos apesar dos relatos bíblicos sobre eles não serem sempre precisos, mesmo num sentido amplo.

• Outros afirmam que alguns ou até mesmo todos os patriarcas podem ser classificados como personagens fictícios que terão uma pequena relação com distantes personagens históricos.

Os maximalistas bíblicos estão de acordo que as doze tribos de Israel existiram, mesmo que isso não signifique necessariamente que os relatos bíblicos sobre elas correspondam à realidade histórica. Também estão de acordo com a existência de grandes figuras como David, Saul, Salomão, a monarquia do Reino de Israel e Jesus.

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